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O clima é connosco, crónica de uma viagem por Portugal


Há, talvez, 40 anos que faço acções de esclarecimento em defesa do ambiente, contra esta maldade e aquela, a favor de energias suaves e alternativas, de novas lógicas agrícolas integradas com a gestão florestal e a pastorícia, e também outras políticas para a cidade. E também em defesa do humano e da melhor alimentação.

Na altura o termo educação ambiental não estava na moda e as nossas sessões, mesmo quando nas escolas eram sempre militantes e empenhadas.

Mas hoje também!

Durante estes 40 anos fiz de tudo um pouco, de apanhador de frutas (uvas, cerejas, tomates, batatas) a professor (a “piquininos”, estrangeiros, universitários e formador), consultor de empresas (Expo 98, EDF Energias Novas, e outras de comunicação), e tenho estado ligado a diversos movimentos ecologistas e feito política (vereador e deputado municipal), e tenho escrito muitos livros...

Tenho que dizer que tudo o que faço me dá prazer e julgo que deixa um contributo para que a Terra continue viva e a girar.

Infelizmente ao longo da minha vida tenho visto muitas espécies a desaparecer, muitos ambientes serem destruídos, muita degradação dos espaços onde vivemos e dos recursos que temos. Muitos resíduos se têm vindo a acumular, e muitos riscos de algumas tecnologias, como a nuclear e engenharia genética, nos ameaçam.

É, todavia, hoje, com as alterações climáticas que a humanidade está a jogar à roleta russa, só que só num dos canos não há bala.

Nesse está a possibilidade de alterar radicalmente o nosso modo de vida, poupar recursos e parar o desperdício, usar a energia eficientemente e de origens renováveis, desenvolver novas formas de relação entre os povos e de convívio sem aumentar a entropia e os conflitos, recuperar os solos e a sua fertilidade, defender as florestas e os povos que delas dependemos. Essa bala que nos sobra para sobrevivermos como humanidade é também a palavra e o que dela resulta no espírito e na transformação da vida, da nossa e do futuro.

As emissões de gases que contribuem para o efeito de estufa, segundo as projecções das companhias de carvão e petróleo levarão se se mantiverem a um aumento de pelo menos 6 graus centígrados, mas eventualmente até 9 graus, até ao fim do século. O mundo, e nós nele, não resistirá.

Este ano percorri o país, de Trás-os-Montes ao Alentejo, do litoral ao interior, Açores e Madeira, Lisboa e Porto, andei com a ASPEA e esta notável iniciativa por todo o lado.

Lamento não ter anunciado a boa nova, mas antes chamado, conjurado todos e todas a informar-se, mobilizar-se e empenhar-se em fazer um bocadinho. Poderá ser que não chegue, mas pelo menos ninguém nos poderá dizer que não é, não será por nossa culpa que a humanidade não se poderá continuar.

O Clima é connosco... e mais vale acender uma vela que amaldiçoar a escuridão


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